Manacapuru
se agita com as Cirandas em movimento
Os sonhos na danças das paixões
Como o grito
de guerra iniciando a grande festa folclórica de Manacapuru, as Cirandas – Flor
Matizada, Guerreiros Muras e Tradicional – realizam neste sábado, dia 11 de
agosto, o ensaio geral para o espetáculo do ano, que deverá ter, em função da
Ponte Rio Negro, a maior densidade de visitantes de todos os tempos, numa festa
do interior, superando em muito até mesmo o Festival de Parintins.
E as
Cirandas, conhecendo o momento especial da cultura do município, estão
caprichando como nunca tanto no enredo, como na plástica, vestimentas,
alegorias e danças para conquistar o pedaço mais importante da manifestação
popular do Amazonas, que são as raízes nascidas da história do povo e reveladas
pelas movimentações na Arena.
Pela
primeira vez há expetativas iguais na conquista do titulo de melhor Ciranda de
Manacapuru, tal a garra, o empenho e a dedicação mostrada pelo conjunto de
participantes, desde dirigentes, brincantes, artistas e operários dos galpões.
A arte, que
já é manifestada na dança. Tem seu ponto alto nas alegorias que representam a
criação de artistas e o zelo de profissionais na armação, montagem e produção
final, o que dá o sentido e a harmonia de uma Ciranda na contagem da história
no Parque do Ingá.
O Cirambaço
– nome popular do ensaio geral, onde todas as Cirandas estarão presentes, na
mesma noite, exercitando as novidades que serão apresentadas no dia da
competição, tem este ano o gosto de uma obsessão de todos pelo titulo que
ficará na história de um novo momento do município de Manacapuru.
Os possíveis
segredos, que podem representar revelações capazes de garantir o titulo, serão
reservados estrategicamente pelas direções das Cirandas que não querem
“entregar o ouro ao bandido” e nem mostrar que “o que é bom está guardada”.
Neste Festival
de Cirandas, mais do que nunca, eclode o orgulho dos participantes na
realização da festa e, mais do que isso, na defesa de suas cores, de sua
bandeira e de seus valores, para fazer explodir a alegria retida e incontida e
despertar o olhar do mundo para o município de Manacapuru e para a grande
festa.
“A Ciranda e
um estado de espirito e alcança os limites da alma humana no desejo infinito de
mostrar que é possível criar a própria história com as asas da imaginação e com
a capacidade artística de escrever com a arte e com a expressão corporal”
explicou Alexandre, o apaixonado
presidente da Flor Matizada.
O folclórico
pela própria natureza e queridíssimo no mundo da Ciranda, Papão, vice
presidente da Tradicional, busca uma explicação na magia do homem na luta pela
sobrevivência e sua imensa força na vitória do cotidiano.
“Pode ser um
juteiro com os pés na água cortando a fibra, pode ser o pescador com as pernas
encolhidas na canoa esperando a rede estufar de peixe, pode ser o mototaxista
que recolhe sua vida em moedas levando esperanças na garupa ou pode ser o
pecuarista que toca a boiada na direção do infinito, porém todos tem a chama
aquecendo suas origens e o fervor das lembranças do passado construído com
lutas e sacrifício, que valem como passaporte para o futuro.” Garantiu.
O maior
contingente policial, de bombeiros e de organização do transito de todos os
tempos está sendo organizado para garantir a paz e a tranquilidade nos 3 dias
de festa do Festival da Ciranda de Manacapuru, que deverá ter, este ano, um
público recorde, devido a facilidade de locomoção, por carro ou ônibus, na
distancia de apenas 85 quilômetros de Manaus.
Também
estarão reforçando a segurança para a criança e adolescente, equipes especiais,
tanto de repressão como de prevenção, evitando que ocorram danos maiores devido
à quantidade de pessoas circulando no município, em clima de festa, o que leva
a euforia e a prejuízos relacionados no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Uma grande
reunião, comandada pelo Governo do Estado, estabeleceu um sistema integrado de
ações para os 3 dias, a exemplo do que ocorreu no Festival de Parintins,
esperando-se um saldo positivo.
Perigo na estrada
As condições
de trafegabilidade da estrada Manuel Urbano, que liga Manaus a Manacapuru, num
total de 85 quilômetros, está em péssimas condições, segundo informações dos
motoristas que costumam utilizar a via todos os dias.
Alem da
diminuição do tempo de viagem, que era uma média de uma hora, a partir da Ponte
Rio Negro, passando para quase 2 horas, o perigo ronda em cada curva ou mesmo
nas retas, devido aos buracos, provocando mudanças bruscas de mão, tentativas
de ultrapassagens ou capotamento devido ao impacto dos pneus nas bordas dos
buracos.
Um sistema
de fiscalização, com distribuição de equipes ao longo da estrada será colocado
pelo Detran para evit6ar maiores acidentes e permitir a circulação sem danos.
De acordo
com a Secretaria de Infraestrutura do Governo do Estado não foi possível a
recuperação da rodovia em tempo hábil, mas haverá um esforço concentrado nos
próximos dias para a correção das distorções existentes, permitindo a
circulação de veículos de pequeno e médio porte, sem maiores complicações.
A Secretaria
informou ainda que está em estudos a duplicação da Estrada, dentro de um
projeto macro do Governo do Estado de diminuição do tempo de viagem do Solimões
para Manaus e do custo do frete, com a utilização da estrada a partir de
Manacapuru, resultado natural da construção da Ponte.
Comida nos botecos
O sistema de
alimentação para atender o fluxo extra de visitantes no município de
Manacapuru, começa com o reforço dos chamados botecos instalados ao longo da
estrada, que terão cardápio extra de comida rápida, mas também de refeições
diversificadas, principalmente de peixes e a chamada galinha cabidela.
Na cidade os
restaurantes se prepararam para a demanda com contratação de garçons para a temporada,
aumento do estoque de material e crescimento do espaço para atendimento. De
acordo com a Secretaria de Turismo do município, o processo é lento até que
sejam estabelecidas estruturas definitivas de atendimento aos turistas de
temporada, como é o caso dos visitantes na época das Cirandas.
“Hoje já
temos roteiro mais amplo para o turista nacional e estrangeiro com alternativas
de alimentação regional e com passeios pelos rios e lagos e caminhadas, além de
visitas aos pontos turísticos de sítios e fazendas, mas agora precisamos de um
sistema mais ágil para atender a demanda de quantidade, nas festas e eventos
que iremos realizar, como forma de integração do município a Manaus e as
comunidades vizinhas” explicou, em nota a Secretaria de Turismo.
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