quarta-feira, 15 de agosto de 2012


Manacapuru se agita com as Cirandas em movimento
Os sonhos na danças das paixões
 
Como o grito de guerra iniciando a grande festa folclórica de Manacapuru, as Cirandas – Flor Matizada, Guerreiros Muras e Tradicional – realizam neste sábado, dia 11 de agosto, o ensaio geral para o espetáculo do ano, que deverá ter, em função da Ponte Rio Negro, a maior densidade de visitantes de todos os tempos, numa festa do interior, superando em muito até mesmo o Festival de Parintins.
E as Cirandas, conhecendo o momento especial da cultura do município, estão caprichando como nunca tanto no enredo, como na plástica, vestimentas, alegorias e danças para conquistar o pedaço mais importante da manifestação popular do Amazonas, que são as raízes nascidas da história do povo e reveladas pelas movimentações na Arena.
Pela primeira vez há expetativas iguais na conquista do titulo de melhor Ciranda de Manacapuru, tal a garra, o empenho e a dedicação mostrada pelo conjunto de participantes, desde dirigentes, brincantes, artistas e operários dos galpões.
A arte, que já é manifestada na dança. Tem seu ponto alto nas alegorias que representam a criação de artistas e o zelo de profissionais na armação, montagem e produção final, o que dá o sentido e a harmonia de uma Ciranda na contagem da história no Parque do Ingá.
O Cirambaço – nome popular do ensaio geral, onde todas as Cirandas estarão presentes, na mesma noite, exercitando as novidades que serão apresentadas no dia da competição, tem este ano o gosto de uma obsessão de todos pelo titulo que ficará na história de um novo momento do município de Manacapuru.
Os possíveis segredos, que podem representar revelações capazes de garantir o titulo, serão reservados estrategicamente pelas direções das Cirandas que não querem “entregar o ouro ao bandido” e nem mostrar que “o que é bom está guardada”.
Neste Festival de Cirandas, mais do que nunca, eclode o orgulho dos participantes na realização da festa e, mais do que isso, na defesa de suas cores, de sua bandeira e de seus valores, para fazer explodir a alegria retida e incontida e despertar o olhar do mundo para o município de Manacapuru e para a grande festa.
“A Ciranda e um estado de espirito e alcança os limites da alma humana no desejo infinito de mostrar que é possível criar a própria história com as asas da imaginação e com a capacidade artística de escrever com a arte e com a expressão corporal” explicou  Alexandre, o apaixonado presidente da Flor Matizada.
O folclórico pela própria natureza e queridíssimo no mundo da Ciranda, Papão, vice presidente da Tradicional, busca uma explicação na magia do homem na luta pela sobrevivência e sua imensa força na vitória do cotidiano.
“Pode ser um juteiro com os pés na água cortando a fibra, pode ser o pescador com as pernas encolhidas na canoa esperando a rede estufar de peixe, pode ser o mototaxista que recolhe sua vida em moedas levando esperanças na garupa ou pode ser o pecuarista que toca a boiada na direção do infinito, porém todos tem a chama aquecendo suas origens e o fervor das lembranças do passado construído com lutas e sacrifício, que valem como passaporte para o futuro.” Garantiu.

Segurança na cidade





O maior contingente policial, de bombeiros e de organização do transito de todos os tempos está sendo organizado para garantir a paz e a tranquilidade nos 3 dias de festa do Festival da Ciranda de Manacapuru, que deverá ter, este ano, um público recorde, devido a facilidade de locomoção, por carro ou ônibus, na distancia de apenas 85 quilômetros de Manaus.
Também estarão reforçando a segurança para a criança e adolescente, equipes especiais, tanto de repressão como de prevenção, evitando que ocorram danos maiores devido à quantidade de pessoas circulando no município, em clima de festa, o que leva a euforia e a prejuízos relacionados no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Uma grande reunião, comandada pelo Governo do Estado, estabeleceu um sistema integrado de ações para os 3 dias, a exemplo do que ocorreu no Festival de Parintins, esperando-se um saldo positivo.

Perigo na estrada
As condições de trafegabilidade da estrada Manuel Urbano, que liga Manaus a Manacapuru, num total de 85 quilômetros, está em péssimas condições, segundo informações dos motoristas que costumam utilizar a via todos os dias.
Alem da diminuição do tempo de viagem, que era uma média de uma hora, a partir da Ponte Rio Negro, passando para quase 2 horas, o perigo ronda em cada curva ou mesmo nas retas, devido aos buracos, provocando mudanças bruscas de mão, tentativas de ultrapassagens ou capotamento devido ao impacto dos pneus nas bordas dos buracos.
Um sistema de fiscalização, com distribuição de equipes ao longo da estrada será colocado pelo Detran para evit6ar maiores acidentes e permitir a circulação sem danos.
De acordo com a Secretaria de Infraestrutura do Governo do Estado não foi possível a recuperação da rodovia em tempo hábil, mas haverá um esforço concentrado nos próximos dias para a correção das distorções existentes, permitindo a circulação de veículos de pequeno e médio porte, sem maiores complicações.
A Secretaria informou ainda que está em estudos a duplicação da Estrada, dentro de um projeto macro do Governo do Estado de diminuição do tempo de viagem do Solimões para Manaus e do custo do frete, com a utilização da estrada a partir de Manacapuru, resultado natural da construção da Ponte.

Comida nos botecos
O sistema de alimentação para atender o fluxo extra de visitantes no município de Manacapuru, começa com o reforço dos chamados botecos instalados ao longo da estrada, que terão cardápio extra de comida rápida, mas também de refeições diversificadas, principalmente de peixes e a chamada galinha cabidela.
Na cidade os restaurantes se prepararam para a demanda com contratação de garçons para a temporada, aumento do estoque de material e crescimento do espaço para atendimento. De acordo com a Secretaria de Turismo do município, o processo é lento até que sejam estabelecidas estruturas definitivas de atendimento aos turistas de temporada, como é o caso dos visitantes na época das Cirandas.
“Hoje já temos roteiro mais amplo para o turista nacional e estrangeiro com alternativas de alimentação regional e com passeios pelos rios e lagos e caminhadas, além de visitas aos pontos turísticos de sítios e fazendas, mas agora precisamos de um sistema mais ágil para atender a demanda de quantidade, nas festas e eventos que iremos realizar, como forma de integração do município a Manaus e as comunidades vizinhas” explicou, em nota a Secretaria de Turismo.

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