terça-feira, 1 de outubro de 2013

Falta de economistas nas prefeituras prejudica projetos no interior do AM


FUNDO FURADO

Um levantamento do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon/AM) apontou ausência de economistas no quadro funcional das prefeituras do interior do Estado gerando o comprometimento de projetos de viabilidade econômica junto  a instituições financeiras. O estudo foi realizado entre o dia 15 de agosto e 15 de setembro deste ano e constatou que só Manaus possui  profissionais de Economia habilitados. 

Segundo o presidente do Corecon/AM, Marcus Evangelista, as prefeituras necessitam ter o economista para avaliar a captação de recursos, que é o estudo técnico que vai detalhar  projetos e obras  que irão compor  o planejamento técnico-econômico e orçamentário do município.


Esses profissionais também atuam na  análise de planejamento estratégico, na elaboração de planos de negócio,  no estudo de subsídios a setores chaves da economia local e também na avaliação do Plano Diretor. No caso do Plano Diretor, o profissional é importante para identificar os melhores pontos comerciais de uma cidade através da localização espacial.

Dos problemas que podem ser ocasionados com a falta de economistas nas prefeituras está utilização indevida do recurso captado no Fundo de Participação do Município (FPM), que é um fundo do Governo Federal que destina às prefeituras uma verba para a execução de projetos, proporcional ao número de habitantes e peculiaridades da cidade.

“Nada melhor que um economista que vive na cidade e conhece a realidade do município para elaborar projetos de viabilidade econômica. Não maioria dos casos a empresa contratada é da capital e desconhece as informações do município. O resultado disso é a reprovação de projetos, cujo número pretendemos levantar”, declarou o economista.  

De acordo com Evangelista, existem casos em que prefeituras têm contratado profissionais de outras áreas como assistentes sociais e até enfermeiras para acompanhar e elaborar projetos econômicos. Inicialmente, disse o presidente do Corecon/AM, os municípios são notificados e caso não se adéquem podem ser multados em até R$ 4.174,35 e denunciados ao Ministério Público do Trabalho.
Ainda no levantamento realizado pelo Corecon/AM foi constatado que entre os obstáculos para a contratação de economistas nas prefeituras está a remuneração e o atraso nos pagamentos. Segundo o professor universitário e Neuler André, que participou do estudo, a falta de responsabilidade por parte das prefeituras que, segundo ele, oferecem salários defasados e o alto índice de inadimplência gera barreiras para a contratação dos profissionais.


“Soubemos de casos em que as prefeituras contrataram  profissionais de economia pagam o primeiro salário e o restante dos meses atrasam. Isso inviabiliza qualquer tipo de interesse de profissionais de trabalharem no interior”, concluiu o professor.

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