sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Alunos da zona rural de Rio Preto da Eva podem perder o ano letivo por falta de transporte

CADERNOS SEM NOTAS

As crianças que estudam na zona rural de Rio Preto da Eva (a 79 quilômetros de Manaus) correm o risco de perder o ano letivo por falta de transporte escolar. A denúncia, dos moradores do município, foi feita ao presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM), deputado Sidney Leite (PROS).
 

Para o deputado Sidney Leite, a situação é grave por comprometer o aprendizado das crianças que moram afastadas da sede do município e precisam do transporte público. Ele estima que 2 mil crianças terão o ano letivo perdido. “E não para por ai: os pais dos alunos falam, também, que a notificação da presença está sendo falsificada. Se isso está acontecendo, certamente notas falsas estão sendo lançadas também. Isso significa que as crianças podem passar de ano, sem ter colocado os pés na sala de aula, somente para mascarar dados para que a Prefeitura de Rio Preto da Eva continue recebendo verbas federais para a Educação”, afirma. 
 


Esta semana, em audiência pública realizada na Câmara Municipal de Rio Preto da Eva, a pedido do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Siserp), os vereadores denunciaram que a Prefeitura desviou R$ 400 mil de um convênio federal no valor de R$ 1,2 milhão, para aquisição de quatro ônibus escolares. O prefeito, disseram os vereadores, afirmou que usou o recurso para a folha de pagamento. A denúncia já foi apresentada à Polícia Federal.

O deputado Sidney Leite afirmou que irá encaminhar o caso para conhecimento do Ministério Público Estadual (MPE), Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (no caso das denúncias de desvio de recursos federais). “Farei um requerimento à Secretaria Estadual de Educação (Seduc), para que o transporte seja feito diretamente pelo órgão, sem que haja repasse de recursos para a Prefeitura de Rio Preto da Eva”, afirmou.

Os problemas da Educação na zona rural de Rio Preto da Eva, relatados pelos moradores, incluem: crianças fora das salas de aula por falta de transporte, ramais que ficam intransitáveis por causa da chuva, falta de combustível para os veículos, salas sem cadeiras e falta de monitores para tomar conta das crianças nas embarcações.

“Nós estamos numa situação de abandono na zona rural”, disse a moradora Rosimary da Silva. Ela contou que seu filho, que estuda o 6º ano Fundamental, na Escola Divino Espírito Santo, só teve três dias de aula, em setembro. “O transporte não passa nos ramais quando chove. Os alunos ficaram 45 dias sem aula”, reclamou o morador Francisco das Chagas.

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