Na sopa de nomes jurídicos, que não deixam o profissional da advocacia, nem quando o paletó e a gravata são substituídos pelo calção e a camisa, o torneio inicio promovido pela Caixa dos Advogados foi um espetáculo de organização, de grandes jogadas e de estilos diversos.
O torneio inicio do terceiro Campeonato dos Advogados do
Amazonas começou e terminou no limiar da escuridão: a primeira, no momento do calor e da emoção
mais forte, a sombra foi a inusitada ação punitiva do órgão do transito da
Prefeitura que se danou a multar os veículos dos jogadores e torcedores que não
conseguiram vaga nos espaços interno do CT do Nacional, onde se realizou a
competição e precisaram estacionar na avenida Efigênio Sales.
A última partida do torneio já acenava para os reflexos da
lua, no inicio da noite, mas não tirou o brilho da vitória da equipe Rescisão
coroando a série de jogos de elevado nível técnico, estranhas mas nem por isso
eficientes estratégias de jogos, na moldura de uma organização absoluta, com o
timbre do mestre Messias Sampaio e a execução da equipe da Caixa dos Advogados
com o zelo do acompanhamento da tramitação de uma sentença judicial.
Mais do que o padrão Fifa, a realização do Torneio e do
campeonato que começa sábado, dia 25 teve os requintes do planejamento
metodológico de suas etapas, e a finura dos detalhes que não deixam escapar
deslizes arranhando a qualidade da grande festa do futebol integrando uma
classe profissional e estabelecendo a comunicação pela paixão nas veias do
brasileiro pelo esporte.
A sinceridade dos profissionais da palavra, na arte da
argumentação e do convencimento, não permitiu a transferência das diplomáticas
vossa senhoria aqui, vossa excelência ali, e foram substituídas pelas não tão
polidas expressões, mas absolutamente civilizadas, quando se trata do local e
os jogadores já retiraram o paletó e a gravata, usando o calção com a camisa
das cores do seu time, uniforme de guerra que tem o bico da chuteira como arma
do tiro fatal, seja alegremente na direção do gol do contrário ou
maliciosamente na canela do adversário.
Os nomes das equipes, retiradas do jargão jurídico, na
conjugação das instancias de tramitação processual, nem sempre foram harmônicas
com os atos e fatos ocorridos em campo, como a Prerrogativa de perder dois
pênaltis para ser eliminado ou a constante apelação para o arbitro fazer revisão nas faltas,
marcadas ou pelas não marcadas.
A importância registrada pelos advogados neste campeonato,
que teve o torneio inicio como carteira de identidade do evento, ficou bem
claro pela comemoração dos jogadores do Rescisão, fazendo explodir as emoções
como os craques de uma seleção nacional conquistando a Copa do Mundo, tendo
direito ao rodizio do cobiçado troféu, a volta semi olímpica pelo calçadão do
campo e finalmente um movimento de espiritualidade para agradecer a graça
divina, com orações que ecoaram livres, sem a vergonha de ser feliz.
A graça de Deus, traduzida pela sorte, acompanhou de perto o
bom futebol do Rescisão que foi um dos primeiros a jogar, ficou duas partidas
no descanso, ganhou o direito a semifinal no sorteio e pegou seu adversário, Revisão Criminal já exausto
do jogo anterior e ganhou nos pênaltis, com os reflexos da lua, deusa do amor
que abençoa a crença da existência de um pote de ouro no final do arco íris.
Seguindo a afirmação universal de que tanto quanto o
futebol, a argumentação do dia seguinte e o componente deste esporte, não se
pode esquecer as observações dos perdedores de que “foi apenas o torneio
inicio”, foi um “dia de festa” e que apenas 20 minutos não é suficiente para
mostrar “ a garra, a destreza, a competência
e a eficiência das equipes e habilidade dos craques que “não estão em grandes times porque nasceram com a
vocação da advocacia”.
Se o tempo vale como mérito de reconhecimento, é bom lembrar
que os jogos do campeonato terão duração de 50 minutos, em dois tempos de 25
minutos, o que vai permitir a montagem de estratégias mais amplas, com
aproveitamento potencial dos craques e a sabedoria ilimitada dos técnicos,
quase todos também advogados e que fazem questão de ressaltar que “formar e
dirigir um time é bem mais fácil que algumas causas no campo jurídico, onde as
jurisprudências são mais difíceis de interpretar do que a decisão de um arbitro.
Para o coordenador geral Messias Sampaio, a festa do torneio inicio reviveu na memória e na emoção as primeiras realizações do Peladão que promoveu para o jornal A Crítica e que se transformou na maior competição popular de futebol do mundo, capaz de atrair o interesse das grandes emissoras do planeta, fascinadas com o evento e com o sentimento de integração que realiza entre as comunidades.
“Hoje é um evento classista, mas a semente é a mesma e faz
emergir a inocência, a sedução, a ansiedade e a fascinação em um profissional
renomado, tanto quanto o faz em um jovem que sonha, que acredita e que tem a
esperança de fazer o futuro com a bola nos pés” ensinou Messias Sampaio,
lembrando que talvez seja hoje o brasileiro mais procurado pela mídia internacional,
devido ao formato, modelo e finalidade do campeonato Peladão.
“Não queremos agora repetir a quantidade, mas buscar a
qualidade refazer a infância e juventude de eméritos profissionais que
continuam jovens e livres, como crianças que percebem os movimentos do mundo
pelos desenhos da bola na impulsão dos pés e imaginário do impossível” pautou
Messias Sampaio.
Uma mão imobilizada, um ombro machucado, ambos por quedas em
jogadas divididas que fazem parte do futebol, calos nos pés provocados pelos
tênis novos para combinar com as cores dos uniformes e 5 tubos de anestésicos
gastos para acalmar as dores nas pernas dos craques foram o trabalho exigido
pela equipe de emergência formada por Nonata e Samanta, no atendimento
imediato, não restando ao fisioterapeuta contratado nada mais do quer assistir
as partidas, na margem do campo , protegido por uma colorida sombrinha.
A tranquilidade e a paz entre as equipes foi tanta que até a
ambulância do resgate, postada no portão principal do campo, foi liberada
antecipadamente, na percepção de que as quedas acompanhadas de gritos de dor,
eram tradução da malicia do futebol que se aprende na malicia dos jogadores
profissionais e que, no futebol dos advogados terminaram com dezenas de
cartões, mas que se sempre com um aperto de mão e um tapinha nas costas.
Mas não foi uma ação entre amigos e todas as partidas foram
disputadas com o apetite de um prato de
comida, depois de um dia de fome preparando uma sentença com prazo marcado,
valendo as cenas de técnicos irados, jogadores com pique de corredores
velocistas e chutes tão fortes que destacaram revelações em goleiros de
primeiro escalão.
Pela primeira vez, na história do futebol brasileiro, o
clássico Vasco e Flamengo, disputando o direito de final de campeonato carioca,
não teve a menor importância para mais de mil pessoas que participaram deste festa dos advogados, preocupados apenas
com o resultados internos, a temperatura que superou os 40 graus e o estoque de
água na banca do Café Regional, que supriu as demandas de alimentação durante
todo o evento e, no final da tarde, ainda esnobou com a oferta de sanduiche de
tucumã, pupunha e doces regionais e a taça reluzente exposta no pedestal do
espaço vip.
O futebol, prato do dia das tardes de domingo, foi o paladar
degustado pelos advogados, comensais de uma festa ampla e abrangente que, com
os temperos da emoção e da recordação fizeram um espetáculo à parte, na
harmonia e na paz onde nem a escuridão dos grilhões irracionais da indústria da
multa municipal, foi capaz de apagar, servindo, pelo contrário,, para iluminar
o bom senso e a integração que só a magia do futebol é capaz der criar.
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