quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A REVOLUÇÃO DOS PESCADORES


 A modernização das finalidades e metodologia do Sindicato da Pesca do Amazonas, como ferramenta de defesa dos interesses dos pescadores, libertando-os da dependência de grilhões existentes no sistema local, que funciona como filtros de arrecadação, sem retorno de benefícios, está sendo planejada e organizada pelos dirigentes de Sindicatos e Colônias de Pescadores dos municípios, em torno de uma gestão funcional e presencial, que deverá ser eleita, pelo consenso através do voto, no dia 22 de fevereiro, iniciando uma nova etapa no relacionamento da administração sindical como a força produtiva do pescado.
   Como grito de alerta diante de tantas mazelas, desmandos e desvios efetuados ao longo dos anospelos dirigentes de plantão, os dramas dos pescadores foram colocados na mesa, num amplo debate, numa reunião na manhã do dia 22 de janeiro, no auditório da Federação da Agricultura, com a participação efetiva dos representantes dos pescadores do interior, buscando soluções ágeis e definitivas para as graves questões que foram criadas artificialmente para atender interesses de grupos do poder.
“Tudo sobra para quem está na ponta do relacionamento com os pescadores, seja o simples cancelamento de uma carteira, até os gargalos de espaços para o trabalho e corredores de comercialização” denunciou o presidente da Colônia dePresidente Figueiredo.
 “Há duas vítimas neste processo: o pescador que trabalha e tem pouco rendimento e o consumidor que paga caro e muitas vezes não tem produto de qualidade” alertou o representante de Coari.
  Para o presidente do Sindicato dos Pescadores de Anamã, Francisco Serrão existe outra questão grave:  o pagamento dos benefícios, entre os quais os dos pescadores, é feito na agencia da Caixa Econômica em Manacapuru, abrindo dois problemas: o deslocamento das pessoas, com custose sacrifícios e os gastos fora do município, acabando com a liquidez na fonte. “O pescador recebe o dinheiro em Manacapuru e já faz o rancho ou compra um eletrodoméstico, voltando pra Anamã sem dinheiro no bolso” explicou Serrão.
A proposta da reunião foi fortificar o Sindicato da Pesca do Amazonas como mecanismos de dialogo com autoridades, capacidade técnica de projetos profissionais e sociais, atendimento jurídico e acompanhamento de mercado para orientar os filiados sobre as tendências e sobreas melhorias da atividade.
  “Temos consciência de que é necessária uma verdadeira revolução para elevar a classe a níveis superiores, retirando da dependência assistencialista ou da dependência de pessoas ou entidades que só visam lucro  e não tem ação operacional para a classe” afirmou Rodrigo, que é candidato a reeleição e conta, como suporte de trabalho, da nova crença de trabalho e do conhecimento da força que os profissionais tem individual ou coletivamente.
 Com a presença de Edwin Schroder, na consultoria técnica e politica na mesa, os dirigentes souberam que é intenção do Ministro Marcelo Bezerra Crivella, da Pesca, aumentar o potencial da produção local, a partir da união de esforços e da conjugação de valores, investimento pesadamente no Amazonas, tanto no potencial hídrico que é depositário natural do pescado, como na construção de tanques, aumento na eficiência dos equipamentos, melhoria da frota e vetores de armazenamento distribuídos espacialmente pela cidade de Manaus.
  “É um questão de honra. O ministro, que confessou não ser um expert em pesca quando assumiu, sabe tudo sobre o potencial do Amazonas e quer apoiar em tudo o que for necessário, com a correção de rumos e com a aplicação correta de gestão” afirmou.
O presidente Rodrigo, no desenho da continuidade de sua administração, propôs o grande pacto da governabilidade, conclamando a união de todos, proclamando o sentimento da classe, registrando o sentido da caminhada para novos tempos onde há direitos e obrigações pra serexercida no projeto de elevação da qualidade desta atividade e, como consequência natural, a qualidade de vida.
  “Podemos ter reconhecimento e dignidade profissional, comida na mesa e dinheiro no bolso do pescador” afirmou Rodrigo.
  Durante a reunião, que foi uma Assembleia Extraordinária, com registro de Ata, pra efeitos legais, foram autorizadas as criações de comissões especificas, destacando-se a do estudo de construção de casas rurais, com financiamento a baixo custo, destinado especialmente aos pescadores.
 Mas uma das grandes novidades foi apresentação da proposta de criação e adesão da Cooperativa de Pesca, Produção e Apoio à Agricultura Familiar do Amazonas – COOPAFAM_ que poderá ser o impulsopara o grande salto da atividade primária fazendo justiça à produção e fugindo da intermediação que escraviza pela falta de opções de comercialização de agricultores e pescadores.
“Estamos em momentos de afirmação da categoria e a Cooperativa é a redenção. Quem quiser entrar receberá todas as informações e o apoio para conseguir o retorno justo do trabalho e da produção”.

O GOLPE DA CAIXA ECONOMICA

Ronildo Palmere,presidente do SINDPESCA do Amazonas
  A Caixa EconômicaFederal, que tem a exclusividade das contasfederais para pagamento de beneficiários de programas sociais, foi duramente criticada durante a reunião dos dirigentes de Sindicato e Colônia de Pescadores, pela metodologia aplicada na liberação do dinheiro, centralizando o pagamento em municípios sedes e obrigando as pessoas a viagens, com despesas, sacrifícios e riscos.
  Segundo o presidente do Sindicato dos Pescadores de Anamã,Francisco Serrão o pagamento dos pescadores e das Bolsas sociais é feito em Manacapuru, porque, segundo ele, a Caixa reclama que o deslocamento com o dinheiro pra Anamã significa um gasto de 60 mil reais, ficando o pior par os pescadores que gastam uma média de 80 reais por deslocamento oque significa um gasto total de 140 mil reais, pois são mil e quinhentos pescadores, o que é muito mais do que o gasto da Caixa.
  “O pagamento do seguro defesa é feito em parcelas mensais e a cada mês o pescador gasta este valor, o queé muito cômodo par a Caixa que ganha o deposito do dinheiro e a taxa de administração e repassa o ônus para os pescadores” afirmou Serrão, pedindo providencias urgentes, de forma oficial à direção do Sindipesca do Amazonas para fazer a denuncia a nível federal.
  “Além do risco de assalto, dos custos com deslocamento e alimentação, todo o dinheiro fica em Manacapuru com despesas de rancho ou eletrodoméstico. O pessoal volta liso para Anamã”, denunciou Serrão.
O armador Pedro Neto propôs que a questão da centralização do pagamento fosse não a penas uma questão de Anamã, mas de todo oEstado e fosse defendido, como ponto dedireito do Amazonas, em função de suas distancias, pelo Sindicato da Pesca, via documento oficial para as autoridades de Brasília.
 “Não dá para engolir seco e nem comer peixe sem tirar as espinhas” alertou Pedro Neto.

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