terça-feira, 21 de agosto de 2012

A liberdade 

Dauro Braga
Dia desses um noticiário televisivo dava contas de que um fazendeiro havia sido  autuado pelo IBAMA por ter derrubado algumas árvores em  sua propriedade com o propósito único de aumentar a sua área destinada ao plantio de soja, devendo pagar uma multa milionária por essa infração. Segundo a reportagem, o desavisado produtor rural estava ainda, sendo processado por crime contra o meio ambiente e poderia ser recolhido a prisão , sem direito a fiança. O repórter que fez a matéria ,demonstrava na telinha toda a sua indignação com o incauto latifundiário, pois segundo ele, o crime ambiental cometido pelo ruralista era de uma monstruosidade incalculável. Fico imaginando o tamanho dos  aborrecimentos e o enorme prejuízo financeiro que esse homem terá de arcar , sem falar na perda da liberdade, pois crime ambiental é inafiançável. No Brasil, matar, roubar e estuprar são  crimes de somenos importância do que derrubar uma árvore. Dá forma como estão indo as coisas, logo mais, vai se matar mais gente do que derrubar árvore . Louvamos o culto a preservação do meio ambiente, mas repugnamos o histerismo como alguns tratam o assunto. Ainda bem que a estátua do Cristo Redentor, hoje considerada uma das maravilhas do mundo e patrimônio da humanidade, quando foi construída ainda não existia o IBAMA, pois se já existisse, ela jamais seria construída. Na continuação do noticiário pude perceber um fato que me causou estranheza. O mesmo repórter informava de forma normal que, um grupo do MST havia invadido aquela propriedade, derrubado várias árvores e queimado-as, além de destruírem inúmeras benfeitorias existentes ali, e que agora, estavam de posse das terras ,aguardando as autoridades providenciarem a desapropriação das mesmas.  Não percebi qualquer descontentamento ou repulsa do repórter, quanto ao ato criminoso praticado pelos meliantes invasores.
Estou convicto que, tanto o proprietário quanto os invasores, cometeram crimes de igual tamanho, portanto, ambos estão sujeitos as mesmas penalidades previstas  nas leis ambientais. Como a maioria das leis brasileiras são subjetivas, e o país vive uma democracia populista/ esquerdista/anarquista , não é difícil adivinhar onde a corda vai quebrar e quem vai pagar a conta.
O que deve ser levado para o terreno das reflexões, é que, o produtor rural legítimo dono das terras, cometeu um crime ambiental com o propósito de abrir mais frentes de trabalho, oferecer mais empregos, produzir mais alimentos e pagar mais impostos que serão consumidos com o pagamento de salários milionários a uma casta privilegiada, enquanto isso, o grupo de invasores que cometeu uma sucessão de crimes sem qualquer propósito justificável, escarneia das leis e zomba da justiça .  Esse fato, me faz lembrar a história do  caboclo que foi condenado e recolhido a penitenciária  por ter pescado um lambari para saciar a fome de sua família, buscando o alimento  na natureza que Deus lhe deu, ao invés de pegá-lo gratuitamente  nas bolsas que o governo oferece para quem não quer trabalhar, más está sempre disposto à  bater palmas para ele. Quanto aos invasores,  cuja  maioria é constituída de baderneiros preguiçosos que não querem terras cruas para cultivarem e produzirem  , mas sim, propriedades produtivas e bem estruturadas, onde existam casas com piscinas e churrasqueiras  que lhes permitam fazer festanças regadas ao bom scoth que eles também não compraram porque simplesmente não trabalham, continuam a sua marcha de invasões a propriedades privadas e prédios públicos, não respeitando a lei e nem temendo a autoridade constituída. Esses vândalos que se dizem os excluídos e injustiçados da pátria, para não dizer os avessos ao trabalho, desfraldando bandeiras vermelhas em vez do pavilhão nacional, tomaram de assalto essa propriedade produtiva, tendo em seu ato truculento infrigido vários dispositivos constitucionais sem receio de eventuais punições como são merecedores, provavelmente, porque o governo é conivente com  essa situação ou porque teme represálias e perda de votos.
Precisamos nos conscientizar que, todos nós, sem distinção de cor, credo ou função, devamos  ser, escravos da Lei, para que possamos ser livres (Sêneca), sob pena de perdermos o nosso maior patrimônio, a liberdade.

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